quarta-feira, 14 de abril de 2010

É preciso ter coragem

Há algumas horas li um texto no qual um ministro do Senhor confessava ter mentido durante anos em suas pregações. Honestamente não me escandalizei pelo irmão (não porque eu não o admirasse), mas compreendi o que estava além dele mesmo, além de qualquer julgamento que pudesse ser feito.
Compreendi o que Deus estava falando através da sua atitude de arrependimento e confissão de pecados. E sinceramente sinto-me confrontada pela Verdade. Não posso deixar de pensar no que diz a Palavra do Senhor: "Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao Teu nome dá glória" (Sl 115.1), pq sim, a Ele pertecem "o louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força" (Ap 7.12) ... e Ele nos escolhe simples vasos de barro para guardarmos o tesouro mais precioso que há. Mas não importa quão precioso é o q Ele põe entro de nós... isso não muda o q somos... pó... barro em Suas mãos... sendo moldados, mas passíveis de cair, de quebrar, de rachar.... até que Ele complete Seu trabalhar em nós. (2Co 4.7)
Fiquei pensando depois de ler tudo aquilo que é preciso ter muita coragem pra fazer o que ele fez... não apenas de confessar e se expor (o que é resultado do verdadeiro arrependimento), mas antes mesmo disso.. a coragem necessária para se auto-examinar, para se colocar na Luz. Pois, sendo honestos, irmãos, como nós fugimos dá luz, como nós tememos a luz! Porque sabemos que ela expõe todas as nossas obras! (Jo 3.19; Ef 5.13) E como nós nos permitimos reter em nossas vidas coisas que claramente não tem comunhão com Deus e com Seu Espírito.
Fiquei pensando também em como a Santidade do Senhor é tão temível e nós parecemos esquecer disso, colocando fogo estranho (produzido por nós mesmos e não por Ele) em Seu altar, ansiosos por crescer espitualmente sem deixar de alimentar nossa carne, fazendo concessões para os nossos pecados contanto que eles permaneçam ocultos. Nós nos perdemos por tão pouco, irmãos, contaminando aquilo que Ele derrama sobre nós.
Acho que o ponto é que precisamos sair do nosso lugar de conforto e tomar uma postura radical de não tolerarmos o mal que há em nós. De derrubar os nossos ídolos, sobretudo aqueles que residem em nosso próprio ventre (Rm 16.18). De esmurrar nossos corpos e carregar a nossa cruz (1Co 9.27; Lc 9.23). De buscarmos a renovação do nosso entendimento (Rm 12.2). De não descansarmos em levar cativo todo pensamento a Cristo. (2Co 10.5)
Trata-se de nos humilharmos perante a face do Santo e Todo-Poderoso Senhor não apenas em um momento, em um culto avivado, mas persistentemente, a cada dia de nossas vidas. Sabendo que quanto mais próximos dEle estivermos, mais em evidência estarão as nossas fraquezas e a superabundância da Sua graça.
Não nos deixemos enganar pela aparência de espiritualidade, nem da nossa própria espiritualidade. Não nos deixemos enganar pelo fato de sentirmos Sua presença, ouvirmos a Sua voz ou sermos usados por Ele. Isso não fala sobre quem nós somos, fala sobre quem Ele é, um Deus gracioso, um Deus presente e fiel (apesar da nossa infidelidade).
Facilmente podemos manipular nossas experiências espirituais de forma a encobrir nossos próprios pecados, facilmente nos enganamos quando julgamos a nós mesmos, mas "a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar." (Hb 4.12,13)



Com temor e tremor...