quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ninguém como Você

Ninguém como você faz sentir alegria na dor
Faz ouvir a canção do silêncio
E ver a beleza que - com olhos - não se pode enxergar

Ninguém como você gera esses paradoxos em minh'alma
Desafia minha mente com questões tão afiadas
Escrutina o meu ser com tamanha precisão

Ninguém como você desbarata minhas certezas
Muda a ordem natural dos interesses sobre a mesa
Derrubando as fortalezas que me impedem de amar

sábado, 21 de abril de 2012

Penumbra


A alma, sim, apenas procura se saciar
E se lhe enche e enche e todos os caprichos faz
Ainda assim tornará vazia para exigir mais

Em um minuto está cheia a casa de vida
E no outro, como que por magia, tudo se esvai
Mas não existem truques e não existem desculpas
Que apazigúem a fúria da menor correção

De tantas e tantas palavras faladas
Só restou o silêncio dos passos não dados
E a lembrança dos votos
Em Sua presença contados

Sucumbo na penumbra de meus pensamentos
Raquítica, inerte, indiferente
Como cheguei aqui? Pergunto a mim mesma.
Com minhas escolhas, ora.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Identidade

Quem sou eu? Pergunto à minh'alma
Há tantas respostas que é de ensurdercer
Difícil saber o real, o ilusório
Nesse pretenso auto conhecer

Imaginação - boa amiga dos tolos
É mestra em desculpas vazias criar
Aquieto minha mente, a cruel criatura
Que até vida própria parece gozar

Torpor se aproxima e me quer tomar conta
Certeza eu tenho, não posso render
Pois essa milicia é contra minha carne
Minha vida, minha luta, eu pago pra ver

Em meio à batalha que entrego os pontos
Mas não pra mim mesma, doce tentação
Há um vencedor, no caminho O encontro
Meu Deus e meu Pai, meu Senhor, meu irmão

É por Sua boca que vem o alento
De Seu olhar que recebo perdão
E pelo Seu toque encontro a cura
Minha identidade em Seu coração

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Vaidades - Parte II

Meus pais ensinaram que tudo pode
Desde que as intenções sejam boas
Boas intenções enchem o inferno?
Pergunta difícil, eu sei.

Mas dessas coisas tenho certeza...
Elas não enchem barriga faminta
Ou calçam os que andam descalços
Não acodem ao orfão e a viúva
Ou acolhem os desabrigados

Vaidade, vaidade, por certo levará ao fogo eterno
Onde toda promessa feita será contada
E cada palavra vazia pesada e julgada

Mais útil seria fazer um montão com nossos desejos
E deixá-los queimar até que se percam
Aprendamos a transformar sonhos em realidade
Ou nunca iremos práticar a Verdade