terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Drible Santo"

Escrito por: Jonathan Acuff (http://stuffchristianslike.net/2010/11/the-jesus-juke/)
Tradução: Maíra Leão


Coisas estranhas acontecem comigo quando eu estou voando. Se você me segue no Twitter você sabe disso, porque eu costumo ter "explosões de tweet" quando estou nos aeroportos.

Na manhã do domingo passado, quando nosso avião decolou, a pessoa atrás de mim começou a tocar algo que soava como uma flauta de pã (1). Assim que nós começamos a subir acima das nuvens, fomos recebidos com uma melodia de Zamfir (2), do qual eu só posso supor era uma espécie de sátiro (3). Em sua defesa, a aeromoça não disse: "Por favor, retornem seus assentos para a posição vertical com cuidado de arrumar sua bagagem de mão e colocar a sua flauta de Pan de volta em sua bolsa de pele de alce". Ele tinha todo o direito de tocar esse instrumento de madeira muito bonita e ele o fez.

No outro aeroporto em que eu fui, um fisiculturista gigante gastava seu tempo no terminal fazendo ferozes flexões ao meu lado. Eu tweetei sobre isso e teve gente que me pediu para provar com uma foto. Isso é improvável. Uma das minhas regras para o Twitter nunca é tirar fotos (snap photos) de pessoas que podem quebrar você (snap you). E esse cara poderia ter me quebrado ao meio como um galho fino de blogueiro (a thin blogger branch).
Mas em todas as respostas que as pessoas me deram sobre o terminal B2 do fisiculturista, uma ficou engasgada. Foi diferente do resto, mas foi algo com que eu estou familiarizado. 

É o que eu chamo de “Drible Santo” ("Jesus Juke").

Como um jogador de futebol dribla seu adversário no último segundo, indo em uma direção diferente, o “Drible Santo” é quando alguém pega uma conversa que tem claramente a intenção de ser uma brincadeira e muda completamente a direção para algo sério e santo.

Neste caso particular, quando eu tweeitei uma piada sobre o cara que fazia flexões, alguém twittou-me de volta, "Imagine se nos dedicássemos desse modo à nossa fé, família e finanças?"

Eu não tenho problemas com essa idéia, eu não tenho, mas era um “Drible Santo”. Passamos de "Uau, há um homem-montanha fazendo flexões ao lado do Starbucks no aeroporto", a uma declaração séria sobre a falta de disciplina que temos na nossa fé e nossa família e nossas finanças.

Eu não sei como se escreve isso, mas na minha cabeça, eu ouvi o som da trombeta triste "whaaaa waaaa".

E esse até que não foi um “Drible Santo” ruim. Essa afirmação não me incomoda. Aquele cara parecia bem. Eu já ouvi coisas muito piores. Uma vez eu tweetei sobre ir ver Conan O'Brien (4) ao vivo e quão grande era a multidão ali. Alguém escreveu de volta: "Se nós realizássemos um show para Jesus e déssemos ingressos gratuitos, ninguém viria." Whaaa, waaaa.

Provavelmente, você já experimentou isso. Alguém tirou uma versão cristã da Debbie Downer (5), usaram um pouco do “Drible Santo” contra você. Se você já teve essa experiência, ou mesmo que não tenha tido, há três coisas que todos nós precisamos saber sobre esse movimento particular.

1. Ele gera vergonha.

O “Drible Santo” é uma ótima maneira de dizer a um amigo: "Meu desejo é que você possuísse a santidade abundante que eu tenho e que estivesse falando sobre o doce menino Jesus nesta conversa." É como uma pequenina "granada de vergonha", você a lança em uma conversa inofensiva e, em seguida, assiste-a respingar em todos culpa e condenação.

2. Ele nunca leva a uma boa conversa.

Estive em dezenas de “Dribles Santos” na minha vida e eu nunca vi uma vez que tenha levado a uma conversa produtiva e saudável. Você pode pensar antes do drible que irá, mas o que geralmente acontece é  que é apenas gerado um monte de constrangimento, semelhante à forma como me senti sentado em um cinema assistindo The Last Airbender (6).

3. Eu nunca conheci alguém que era "driblador para Jesus" (“juked to Jesus”).

Uma vez eu tweetei "Ninguém nunca disse: 'O modo como você zombou amargamente de outros cristãos me ajudou a começar a ter um amor transformador por Jesus.' (Seja gentil)". Eu escrevi isso porque queria lembrar que nossa estupidez nunca levou pessoas para Cristo. Eu não acho que nosso drible faça isso também. Eu realmente não o vejo como uma técnica de conversão. É mais uma técnica de assassinar uma conversa.

Espero que todos nós continuemos falando sobre Jesus. Espero que falemos sobre Ele muitas e muitas vezes. Espero que ele defina a nossa vida e nossas conversações. Mas se eu lhe disser que quando se trata de My Little Pony (7), eu prefiro Rainbow Dash e Pinkie Pie e que Toola Roola pegou carona no sucesso deles durante anos, por favor, não responda: "Você sabe quem criou pôneis? Deus Nosso Senhor os fez, assim Ele é".

Alguém já usou um "Drible Santo" em você?

NOTA DA TRADUTORA: deixei algumas expressões do texto original entre parentêsis pela dificuldade de traduzi-las com exatidão.
(1) Flauta de pã: é um instrumento musical sul americano, e o nome genérico dado a instrumentos musicais constituídos por um conjunto de tubos fechados numa extremidade, ligados uns aos outros em feixe ou lado a lado.
(2) Zamfir: Gerorge Zamfir, flautista romeno, conhecido mundialmente pela sua música de flauta de pã como "O mestre da flauta de pã".
(3) Sátiro: na mitologia grega é uma criatura que vive nas florestas, tocando flauta e pulando cerquinhas para os animais dormirem melhor.
(4) Conan O'Brien: comediante e apresentador de televisão norte-americano.
(5) Debbie Downer: Personagem do programa norte-americano 'Saturday Night Live' que tinha por costume interromper as conversas para emitir opiniões e pronunciamentos negativos.
(6) The Last Airbender: intitulado no Brasil de 'O Último Mestre do Ar', é um filme de aventura e fantasia lançado em 2010, baseado na primeira temporada da série animada de televisão 'Avatar: The Last Airbender', que, por sua vez, é influenciada pela arte asiática, mitologia e artes marciais.
(7) My Little Pony: série de desenho animado produzida entre os anos de 1986 e 1987 pela Marvel, DIC Enterprises e Sunbow, e exibido na Rede Globo, no Xou da Xuxa e na TV Colosso. Alguns de seus personagens eram: Pinkie Pie, Rainbow Dash, Minty , Star Catcher, Toola Roola e Rarity.



BEM, COLOQUEI ESSE TEXTO AQUI PRA QUE POSSAMOS DISCUTI-LO. E ENTÃO, O QUE VOCÊS ACHAM?

2 comentários:

  1. Acho que alguns irmãos, querem que as outras pessoas sejam iguais a ele, no modo de agir, pensar e viver. Nesses últimos meses aprendi que valorizar a personalidade de cada um é bem mais que respeito, e sim amor.

    compreender os limites, entender e interagir em situações bobas é bem mais do que ser paciente, na realidade é construir amizades sólidas e que duraram por toda a eternidade.

    paz Maíra.

    ps. ta aprendendo inglês em. abração.

    ResponderExcluir
  2. ô Ota... isso q vc falou foi mto legal. Obrigada por ser essa pessoa tão amável e ótima para se conviver.

    Abraços
    Paz

    ResponderExcluir