segunda-feira, 11 de abril de 2011

Maravilhosa Graça!

"Amazing Grace, how sweet the sound
That saved a wretch like me
I once was lost, but now am found
Was blind, but now I see"

Semana passada assisti ao filme 'Amazing Grace' (2006), em português, 'Jornada pela Liberdade'. Em linhas gerais, trata-se de uma história sobre a campanha contra a escravidão liderada por William Wilberforce, um famoso abolicionista inglês, responsável por levar ao Parlamento Britânico a legislação antiescravagista.

A temática por si só é interessantíssima, mas o que me chamou mais atenção no filme foi forma como ele aborda o entendimento que o protagonista vai formulando acerca da vontade de Deus para sua vida. E mais do que tudo, como esse entendimento movimenta a sua vida não só em prol de uma esperança inabalável, mas também de uma luta concreta para mudar a forma (injusta) como as coisas estão postas.

No princípio do filme, descobrimos um jovem Wilberforce vivenciando a alegria de sua salvação. Em uma das minhas cenas prediletas, ele se senta em um jardim, contemplando os céus, e fala para Deus:  "Meu Deus, sei que isto é completamente ridículo, mas sinto que tenho de me encontrar contigo em segredo." Porém esse momento é também para ele um momento de conflito, pois ele acredita que deve escolher entre fazer o "trabalho" de Deus e o trabalho de ser um ativista político.

É quando, com a ajuda de seus amigos abolicionistas e do próprio John Newton (compositor da famosa canção que dá nome ao filme), seu amigo e antigo tutor, ele percebe que lutar contra a escravidão era seu dever como cristão por causa da posição única em que Deus o havia colocado.

Wilberforce sempre demonstrara um coração sensível quanto a questão da escravidão, mesmo quando esta ainda lhe era uma realidade distante. Ele também possuía a clara compreensão de que diante de Deus todos os homens eram iguais e que a Ele todos pertenciam. De forma que, uma vez confrontado pelos fatos, sua resposta não foi outra senão entregar-se com total paixão a missão Deus havia lhe confiado, em suas próprias palavras: "Deus apresentou-me dois grandes objetivos: A eliminação do comércio de escravos e a reforma da sociedade".

Em uma das mais tocantes cenas do filme, o personagem fala: "África, os teus sofrimentos têm sido um tema que prendeu e ocupou o meu coração. Os teus sofrimentos nenhuma língua consegue exprimir nem partilhar." Me fascina o fato de que ele não está apenas defendendo uma causa justa, ele está empenhando seu coração  em amar e compartilhar a dor dos que doem, ele se dispõe a chorar com os que choram e dar voz aqueles que não a tem.

Isso também me faz pensar em Isaías 58.6-11: "Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda. Então clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. " E me levar a questionar... não seria  exatamente esse o propósito do evangelho? 


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