quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sondagem

Hum... há alguns anos atrás escrevi boa parte desse texto. Eu o esqueci e perdi, mas esse ano o reencontrei e arquivei. Quero dizer, antes que qualquer mente fértil se ocupe com vãos pensamentos, que a intenção de postá-lo aqui hoje não é expressar nenhum tipo de revolta ou indignação. Há muito tempo não me sinto tão plenamente em paz... a Paz que excede todo entendimento. Explicações à parte, quem me conhece de fato sabe que eu não perderia tempo escrevendo nada com o fim de tecer críticas pessoais. Se escrevo, o faço para a glória dEle, com Seu total auxílio, visando nosso pleno aperfeiçoamento e total edificação. Que o Senhor nos ajude!

Amo ao Senhor e a todos que também O amam
A Paz, a Graça e a Misercórdia do Senhor sejam sobre nós!
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Nós, cristãos, temos nos tornardo experts em julgar aos outros. Julgamos tudo e todos... Julgamos nossos “irmãos”, julgamos nossos líderes, julgamos os “ímpios”, julgamos até Satanás. É uma realidade estranha, até paradoxal, uma vez que Aquele de quem dizemos ser imitadores afirmou que não veio a terra julgar, mas para salvar o perdido.
Mas já que esse “dom” foi tão aperfeiçoado em nós, deveríamos usá-lo convenientemente. Que tal começar julgando-nos a nós mesmos. Que tal fazermos uma examinação, como propõe o apóstolo Paulo? Que tal perscrutarmos nossos próprios corações, uma vez que nosso espírito o conhece tão bem? Cuidado, você pode se assustar com o que vai encontrar!
Talvez você descubra que debaixo do lindo manto de “santidade” com que você se cobre, haja tanta podridão quanto é possível a um ser humano.
Apontar o dedo a outro é mais fácil que se expor à sondagem de Deus. Davi podia dizer: “Senhor, vê se há em mim algum caminho mau”. Mas nós precisamos urgentemente nos arrepender, vestindo-nos com pano de saco e cobrindo de cinzas nossas cabeças e clamarmos: “oh Deus, mostra-me qual caminho tenho andado. Que passos tenho seguido?”.
Em Galátas 5:7 Paulo diz: "Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?". Quantas vezes perdemos a presença do Senhor, só pela nossa mesquinha necessidade de apontar o dedo para os defeitos do outro?! Não é assim que o amor faz, porque "o amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1Co 4:7). E mais uma vez: "Aquele que diz estar na luz e aborrece a seu irmão, até agora, está nas trevas." (1 Jo 2:9).
Deus não receberá nossa adoração enquanto nos tornamos destruidores do Seu próprio corpo (Mt 5:23,24). Quando julgamos alguém, verdadeiramente nos colocamos numa posição de sermos melhores do que a outra pessoa. Isso é orgulho. E não há nada que nos afaste Deus de nós além disso. O Senhor não se afasta por causa dos nossos pecados, nós nos afastamos dEle (até porque se Ele fosse agir assim nunca chegaria perto!). Mas ao soberbo, a esse "Deus resiste"! E no mesmo livro que diz que se resistirmos ao inimigo, ele fugirá de nós, diz que Deus resistirá ao soberbo. É muito simples... ele expulsa o soberbo da Sua presença! Ele nega a Sua presença ao soberbo!
Que queremos ser? Jesus falou: "Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo." (Mt 5:22). Que queremos ser? Porque não tratar cada um como desejamos ser tratados? Porque não tratar ao nosso irmão segundo a misercórdia com a qual o Pai nos trata? Por que não perdoar, se o Pai nos perdoa? Por que não amar se o Pai nos ama? Por que?
"Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados." (1Pe 4:8)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Novo e velho

"Por isso, todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas." (Mt 13:52)

Estamos sempre em busca do novo, em busca daquilo que em nós provoca emoção. O inesperado exerce sobre nós um enorme fascínio. Como diria Salomão: "A glória de Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las." (Pv 25:2). E é isso que anseamos.. a novidade... o novo. É bem verdade que Deus é Deus do novo.. uma vez que um Ser tão criativo quanto Ele não poderia cessar em nenhum momento de chamar a existência aquilo que não é como se já fosse.

Mas o que se fazer quando aparentemente não há nenhuma surpresa? Uma nova palavra, nova direção, nova revelação? Quando tudo o que se havia de se falar (num determinado tempo) foi dito.. quando aquilo que havia de ser descoberto (para um próposito), já foi? E quando o novo já veio? O que fazer com ele?

E é justamente nesse ponto que muitas vezes esbarramos. Porque gostamos de nos empolgar com a revelação, mas muito pouco de trilhar o doloroso caminho para consumação de nossos destinos espirituais. É mais fácil sonhar os sonhos de Deus do que vivê-los, porque na vida real o Reino não é tomado senão por violência. Na vida real o caminho é estreito e difícil. Contudo caminhamos não por vista, mas pela fé damos passos firmes em direção ao nosso matadouro, aguardando o momento em que enfim retornaremos à nossa casa celestial e nos deixaremos ficar eternamente em Jesus, nosso Descanso!

"A [semente] que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança." (Lc 8:15). A perseverança é um atributo totalmente indispensável em nossa caminhada com o Senhor, uma vez que apenas aquele que perseverar será salvo. As Escrituras estão repletas de passagens onde somos exortados a perseverar e nos diz que a tribulação é a principal responsável por gerar esta qualidade em nós. Perseverar tem a ver com insistir, continuar, ser firme e constante. Ora... não é possível perseverar senão naquilo que já conhecemos.

A perseverança não tem a ver com o começo das coisas (quando tudo é novidade) e sim com o seu desenrolar. Se não perseverarmos podemos ser como os galátas: "Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?" (Gl 3:3). Verdade é que se não tivermos um ponto de partida seguro não iremos a lugar nenhum. Mas uma vez que o entendimento acerca da vontade do Pai vem.. precisamos obedecer. E obedecer implica em permanecermos firmes até tudo se tenha cumprido.

ESTÁ CONSUMADO: Ele foi obediente até a morte e morte de cruz!

Nem tudo o que diz respeito ao Reino de Deus é novo... mas tudo deve ser vivo em nossos corações... porque o Seu Reino deve pulsar em nós, ganhando forma em nossa existência. Precisamos amadurecer sem perder a vitalidade dos primeiros dias... precisamos deixar de ser meninos, porém sem nos esquivar de receber ao Senhor como crianças, precisamos crescer, sem perder a chama do primeiro amor... antes... amando a cada dia mais intensamente, nos entregando por inteiro Aquele que é o Autor e o Consumador da nossa fé.
Graça abundante da parte do Pai seja sobre nós!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ao Papai

Oh Pai... o que te dizer?! Só Tu sabes como está minha alma. Tu, Senhor, que é o motivo de todas as minhas alegrias... é Aquele também que me visita no dia da minha angústia. Já não clamo, porque sei que não estou só. Apenas me reclinarei em Teu ombro e não lutarei contra Teus braços. Mas olhando pra isso tudo, vejo o quanto de mim ainda precisa ser preenchido por Ti. Porque tudo o que sou é mentira.. e só Tu, que és a Verdade, modifica o meu ser.
Pai, sopra sobre mim o Teu descanso.. sopra sobre mim a Tua vida... sopra com o sopro que afasta de mim todos os que querem minha morte. Implanta em mim, no mais profundo do meu ser a Tua vontade... muda a minha mente, transforma meu coração.
Pai.. não há vida fora de Ti. Não há nada... só o vazio... a tristeza... o desespero... a dor. Seja a minha força, seja a minha esperança, a escolha... o meu amor, minha canção. Meu amado Pai, meu precioso Senhor.
Te amo Papai
Beijo

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ele não precisa... Ele escolhe!

Esses dias estava meditando nas Escrituras e foi muito bom, como diz o Sl 1: "Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite." Bem, estava lendo Mateus, capítulo 4, onde ele narra o momento em que Jesus foi levado ao deserto para ser tentado por satanás. E de repente uma nova dimensão de compreensão se abriu para mim, comecei a visualizar em minha mente a reação do Pai diante da esmagadora e ao mesmo tempo humilde vitória do Seu Filho Amado. Jesus, dizendo não para o diabo, permanecendo fiel ao Seu Pai, em nada se ensoberbecendo, mas confiando no Seu Deus, não se firmando em Si mesmo (embora Ele pudesse) mas nas Palavras do SENHOR. E eu imaginava o Pai pulando de alegria em Seu Trono, abrindo um sorrisão do tamanho do céu, olhando pros anjos e dizendo: - olha, olha... esse é o meu Filho, o meu Filho amado, ah, Ele me dá tanta alegria, Ele me dá tanto prazer. Você viu? Você viu Miguel, essa resposta que Ele deu?
E os anjos de mais alta hierarquia com suas espadas desembanhadas em mãos, esperando apenas uma ordem do Pai para partir para cima do inimigo só pela afronta de querer desafiar o Príncipe da Glória, sem entender, olhando para o Deus Todo-Poderoso, Criador do Universo, ali do seu lado rindo a valer.
Fiquei imaginando o orgulho que Deus não estava sentindo ali por causa de Jesus e pensando que eu gostaria de poder causar o mesmo sentimento nEle. Aquela alegria, aquele regozijo. Será que é possivel? Sinceramente, se eu olhar para mim, já sei a resposta, mas eu espero, como Abraão espero contra a esperança, espero na esperança da glória, em que Cristo em mim poderá sim alegrar o coração de meu Pai. Então vem, Senhor, vem viver em mim! Maranata!
"Como é possivel que Tu recebas
Algo de alguém assim como eu
Que tão pouco tem a Te oferecer, Senhor?
Parece que é Teu prazer encontrar valor
Naquilo que ninguém mais quer
Para provar-me que o Te amor
Não depende daquilo que sou
Quando pões sobre mim os Teus olhos
Eu percebo que Tu és
Deus de amor, de tão grande amor
Que me cura e me faz viver
Deus de amor, de tão grande amor
Meu desejo é Te conhecer

Agora eu já decidi não vou mais fugir
Das Tuas poderosas mãos
Mas vou me permitir diminuir
Para que Tu cresças em mim"

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Santidade: coisa de Deus ou coisa do homem?

Já faz algum tempo venho inquirindo aos céus e na terra o que quer dizer, mas o que quer dizer mesmo, que o Senhor é Santo! Hum... algumas das definições do dicionário (Aurélio - Século XXI) são: "Respeitável, venerável, venerando; Que tem bom coração; bondoso em extremo; Que não pode ser violado ou profanado". Mas é óbvio que a Santidade de Deus vai muito além de todas essas coisas. Para mim um mistério. Mas não é à toa que as Escrituras declaram constantemente a santidade do Senhor e mais ainda, Suas intenções para nos tornar santos tal qual Ele é! E isso, irmãos, verdadeiramente, me impressiona grandemente. Uma coisa eu já compreendi, que é a Santidade do Senhor que faz separação entre o que é puro e o que é impuro em nós, entre o que é justo e o que é injusto em nós... sendo ela, a santidade, o parametro da justiça de Deus, e também o motivo de Sua imensa misericórdia. Aleluia! Estava lendo esse texto e senti vontade de compartilhá-lo aqui:


"E fácil compreender que Deus espera de nós a santidade. (Lv. 19:2 ; Lv. 11:44-45 ; Lv. 20:7 ; II Co 6:16-17 ; I Pe 2:9 ; Hb. 12:10,14.) Isso é tão importante que não haveria nem necessidade de men­cionar. E claro que sem santidade fica difícil ser usado por Deus. Santidade em todos os aspectos da vida Cristã. E inclusive na Guerra. Não há como ir adiante sem falar bastante sobre isso. Assim como a Santidade do Senhor vem do Seu âmago, da Sua essência, do mais profundo do Seu Ser... e se mani­festa por meio dos Seus atributos e padrões de conduta.... o mesmo deverá acontecer conosco. Santidade não é santi­dade de fato se o for apenas na letra.
Já entendemos que Deus espera de nós - e requer - um padrão de santidade. Mas muitas vezes esta nossa santida­de tem sido apenas uma "capa externa", farisaica, nada além de mera fachada para constar. Para ostentar. Apenas. Isto está acontecendo porque esta santidade nasceu na alma. É fruto da alma. Esforço da carne. Produto da mente. Não é resultado direto da transformação do Espírito Santo. Não nasceu no íntimo do coração. Não mudou a es­sência. Estamos brincando de "faz-de-conta", e muitas ve­zes enganando-nos a nós mesmos! E isso não podemos sustentar por muito tempo... (Tg. 1.22).
A verdadeira santidade tem que vir do Trono de Deus e encontrar eco no nosso espírito, num coração manso e hu­milde que está disposto a pagar o preço de dar liberdade ao mover do Espírito Santo (Rm. 8:13).



E essa santidade que nasce de dentro para fora tem que expressar-se por meio de atitudes.

Quando Deus diz para nos tornarmos santos em todo o nosso procedimento, está justamente querendo dizer isto: para expressarmos a santidade em atitudes palpáveis (I Pe 1 15-16 ; I Ts 4:3-8 . II Co 7:1 , Ef. 1:4,12).
O processo de santificação é individual. E vem como fruto de um relacionamento com Deus, onde o Espírito Santo é capaz não somente de comunicar o que quer, mas também tem o direito de agir no sentido de nos auxiliar na mudança. Porque este processo de santificação também é "duplo", isto é, o Senhor nos santifica, mas nós nos santificamos também.
Ou seja: Deus efetuará em nós tanto o querer como o realizar, mas vamos entender isso! Nada de recitar versículos. Certamente Deus fará a Sua parte, mas a nossa parte é querer que Ele aja! Existe um empenho que é huma­no, uma busca que é nossa. E aquilo que devemos fazer, Deus não o fará por nós.
Esforcemo-nos, portanto! Se há alguém capaz de impe­dir o mover do Senhor em nossas vidas, somos nós mesmos.
Certa ocasião perguntaram a Jesus qual seria o maior dos mandamentos, ao que Ele respondeu: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças" (Mc. 12:30).
O principal problema em não nos submetermos ao pro­cesso de santificação é porque não amamos o Senhor o sufi­ciente. A santidade que vamos desenvolver - ou não - é di­retamente proporcional ao amor que temos pelo Pai.
Afinal, em outras palavras... vida de santidade é uma vida de mortificação da carne. As obras da carne são diametralmente opostas às obras do espírito. E nada é tão duro quanto mortificar a carne. E uma luta tão ferrenha, ou até mesmo mais terrível do que ir contra todo o exército das Trevas!
Ir contra satanás é uma coisa... ir contra si mesmo e contra os impulsos do nosso eu é outra muito diferente. Muitas vezes teremos de ir contra nossos desejos. Vonta­des. Ideais. Planos e projetos de vida. Formas de pensar e viver. Tradições. Heranças familiares. É algo que temos que fazer voluntariamente! E só mesmo pelo Espírito de Deus para nos dispormos a isto! (Rm. 7:14-25 ; Rm. 8:9-11 ; Gl. 5.16-25).
As vezes, por amor a Deus você deixará de lado muitas coisas (Jo 14:15,21 ; I Jo 2:15-16 ; I Jo 4:16). O amor cita­do em Marcos 12:30 deve ser mais forte do que tudo! Não estamos dizendo que isto é fácil... mas deve ser o nosso alvo.
A verdadeira santidade não acontece sem amor profun­do a Deus. Sem adoração. E preciso prostrar-se diante do Trono, em completa rendição. E diante do Rei dos Reis te­mos que escolher o caminho certo. O Amor é prático!"
Daniel e Isabela Mastral ( Extraído do livro ‘Táticas de Guerra’)


Que o Senhor seja exaltado em santidade sobre nossas vidas!