quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Santidade ao Senhor

É preciso entender que a santidade é uma conseqüência dEle estar perto de nós e não uma reação automática à presença dEle. O que eu quero dizer é o fato de estar na presença dEle, e Ele ser Santo, não nos faz santos instantaneamente nem quer dizer que nós já o somos, mas, é verdade, Sua presença vem para produzir santidade em nós. E é essa produção que precisamos compreender. Ora, ser santo quando se está a sós com o Senhor é fácil, porque ai você não pode ser tentando, mas ir, conviver com pessoas, no seu cotidiano, ser tentado, e permanecer firme, nisso se revela a verdadeira santidade. Santidade é separação do pecado, se não há pecado, não há santidade... mas quando o pecado se revela a nós, quando Ele se insinua pra nós, e nós não tomamos parte nEle.. isso é santidade... ver a santidade do Senhor não nos faz santos... manifestar a santidade dEle, isso é em nossas obras, aponta para a produção do Espírito em nós.
Com essas coisas não digo que a santidade é exterior, ou seja, que as obras são a própria santidade, mas que elas expressam aquilo que é interior, porque a santidade é uma separação interior, a circuncisão de nossos corações. Santidade não é uma questão de resistir ao pecado, mas de não ter parte com ele. É como a fé, sem obras é morta, porque por meio de obras se manifesta a fé. A santidade é assim... se ela não é expressa em atitudes, numa nova reação de aversão ao pecado, ela não existe. Essa aversão não é apenas o resistir ou fugir do pecado, mas o próprio aborrecer o pecado, não ter espaço para ele em seu coração. Santidade não é uma questão de blábláblá... é uma questão de ser! Deus é Santo, Jesus é Santo, o Espírito é Santo... é o que Ele é. Eu não posso estar santo... eu preciso ser santo. O Espírito vem para nos santificar, porque certamente por nós mesmos isso seria impossível. A santidade é parte do que Deus é, e em nós não existe santidade alguma, mas o novo homem, aquele que é à imagem de Cristo, o qual é gerado pelo Espírito, pode partilhar do próprio caráter de Deus, por isso, só se pode ser santo no Espírito, porque na carne é impossível agradar a Deus.
Há ainda algo a ser acrescentado. Santidade não é uma conduta moralmente perfeita, isso é, ser santo não é ser uma pessoa irrepreensível aos olhos dos homens. Uma falsa santidade é muito mais danosa à verdadeira ação do Espírito do que a exposição (mesmo inconseqüente) dos pecados. Satanás é astuto, e as Escrituras declaram que como um leão ele ruge ao nosso derredor procurando um espaço para nos devorar. Satanás sabe a diferença entre a verdadeira santidade, a qual é interior e se manifesta no exterior, e que ele não pode suplatar, e a falsa santidade, que é apenas exterior, então ele nos ajuda a acreditarmos que somos santos, que estamos fortes, que nada pode nos afetar ou destruir, quando isso acontece, ele vem e nos passa uma rasteira. Na verdade o que ele faz é, nada mais, nada menos que nos tornar orgulhosos e aguçar a nossa justiça-própria. No Reino de Deus admitir suas fraquezas é ser forte. Precisamos ser o que somos sempre, seja isso bom ou ruim, diante não apenas de Deus, mas diante de nós mesmos e dos homens. Admitir o que se é ou não se é o príncipio fundamental para se ser transformado. A Palavra declara que o orgulho precede a queda, no entanto, a humildade precede a honra. É necessário conhecermos e admitirmos aquilo que somos, porque aí nos tornamos realmente dependentes de Deus e em nossas fraquezas, Seu poder se aperfeiçoará. O primeiro passo para entrarmos numa esfera de santidade é abandonarmos todas as mascaras e expormos completamente nosso ser a Deus, sabendo que Ele poderá nos expor diante de quem Ele quiser. Se somos dEle, somos dEle... não temos mais reputação, não temos mais uma imagem a zelar, não temos mais uma "personagem" a sustentar... importa que todos vejam o que Ele vê. Porque quando Ele for completamente em nós, todos O verão e o que nós somos não O ofuscará.
Ah, sabe de uma coisa, chega de falar em santidade... apenas toquem-se as trombetas e apreoguem-se ao santo jejum, proclame-se a assembléia solene.... “Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus?” (Jl 2.16,17)
“Por isso eu me santifico, cada dia me purifico, pois tenho Te visto, Te conhecido e Tu és Santo!”

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