segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O Lago

"Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece. 

O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?"

por Fernando Pessoa

Ao ler esse poema não consigo deixar de meditar sobre como muitas vezes preferimos nos abrigar em sonhos ao invés de correr através da realidade, de viver com intensidade e entrega. Como em tantos momentos percebemos que o tempo passou e que nós não alçamos conquista alguma simplesmente porque não tínhamos qualquer objetivo para  perseguir. Com uma vida vazia, sem propósito nem direção, tolamente imaginamos que existir é igual a viver.

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