segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Qual é?

Antes de ontem minha mãe leu para mim um texto de um cara que, particularmente, eu não gosto muito. Ele adora fazer piadas a respeito da fé, não sendo exatamente o tipo de pessoa cuja opinião eu aprecio. No entanto, nessa sua crônica, ele dizia algo que eu concordo completamente: que todos se perguntam a respeito do sentido da vida, mas que nos colocamos essas questões "(...) covardemente, com  medo, e as sufocamos debaixo do trabalho, da caderneta de poupança,  da novela, da religião".

Isso tudo é verdade. O escritor a que me refiro, por sua vez, não soluciona a questão e, após evocar seus filósofos prediletos, acaba conformando-se com o fato de a vida não poder prover-lhe  resposta, dizendo que o que importa, no final, é o amor. E devo dizer, nesse último ponto, sinto-me obrigada a concordar com ele novamente.

A minha primeira questão é.. se um ateu consegue enxergar que o amor é superior a qualquer coisa... porque nós que fomos "arracandos do império das trevas para o Reino do Filho do Seu Amor"  (Cl 1:13) gastamos tanto tempo de nossas vidas correndo atrás de respostas e explicações que não nos levam a lugar nenhum (a não ser em divisão, contendas, inimizades, partidarismos, vaidades etc.)? Porque provocamos tantos debates e entramos em tantas discussões, por que somos tão experts em argumentar sobre questões teológicas, filosóficas, metafísicas, por que estamos tão interessados em estabelecer paradigmas (ou confrontá-los), por que lutamos tanto para definir o que é verdadeiro e o que não é... e quando se trata de simplesmente amar parecemos um bando de retardados mentais (com todo respeito aos retardados mentais) incapazes de fazer o que devia ser a mais simples expressão de nossa fé, reverência e devoção a Deus: "Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?" (Is 58:6-7).

Não estou falando que crente tem que ser ignorante, nem tapado. O que estou dizendo é que se nós não tivermos amor, todo conhecimento e sabedoria e inteligência e sagacidade e todo blá blá blá que nós adoramos cultivar entre nós (pois muito enobrecem nossa vaidade) serão como lixo. Pior, serão uma maldição pra nós! Serão uma enorme pedra de tropeço que farão com que nos distanciemos mais e mais do Senhor. "O conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica." (1Co 8:1); "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." (Tg 4.6).

Meu segundo ponto nos remete a questão incial... sobre qual é o sentido da vida.  Aquele do qual nos escondemos por traz da religião ou do ceticismo, na ignorância ou no intelectualismo, no rigor ascetico ou do hedonismo. Isso, certamente, eu poderia responder de várias maneiras, com diversos argumentos, citações, exemplos e tudo mais... mas seria muito fácil né?! Eu discordo do carinha quanto a não haver uma resposta. Eu me lembro que quando eu tinha 15 anos eu decidi que se a vida não tinha sentido seria melhor tirá-la... bem, ainda estou aqui! Você pode me dizer que o próprio amor é o sentido da vida. Eu não discordo.. mas eu te pergunto uma coisa: o que é o amor? De onde ele vem? O que o movimenta? Ops... são muitas perguntas.

Verdade.. minha intenção não é te ditar verdades nem respostas fáceis. As respostas não vieram fáceis pra mim, sempre houve um preço alto a ser pago por alguém. Por que eu te impediria de descobrir isso por si mesmo?! Só quero te dizer que ninguém pode fugir para sempre... e quanto mais cedo nos abrirmos com sinceridade para a possibilidade que nós não somos esses seres magnânimos e auto-suficientes que gostamos de nos pintar, mais rápido virão as respostas que buscamos... muitas das vezes elas esmagarão o nosso ego, mas e daí? Alguma hora você vai ter que escolher entre a mentira confortavel e a verdade incômoda. Que seja a Verdade que te conduz ao amor, que dá sentido a tua vida, que enriquece teu conhecimento e dá substância a tua sabedoria. Essa é a Verdade que eu busco e que tenho encontrado e você?!

Um comentário:

  1. Acho que estamos chegado, Maíra, em algum lugar muito bom à altura do que recebemos do Senhor. Poderemos andar de forma digna do Senhor, muita falsidade tem sido desestabilizada dando lugar a construções relevantes. Pra mim é de muita importância poder ver que eu não posso construir sozinho, nem mesmo ver o bom plano de Deus para nós, pois sei que o Senhor não o entrega para pessoas isoladas e se temos visto um caminho de Deus sob nossos pés é porque juntos temos recebido Dele e juntos iremos entregar a Ele tudo o que é Dele.

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